AS TÁBUAS MATEMÁTICAS DOS BABILÔNIOS

Centenas de anos antes do nascimento de Jesus Cristo, na terra hoje denominada Mesopotâmia Meridional, viveu um povo que atingiu um alto grau de civilização, conforme provam as importantes construções ali erigidas.

O conhecimento do progresso desse povo só foi possível em virtude das pesquisas e escavações que se iniciaram em meados do século XIX por todo o Egito, na Mesopotâmia e na Palestina. Nas escavações feitas na Mesopotâmia foram encontradas milhares de tabuletas de argila na qual estavam inscritos sinais misteriosos cuja regularidade conduziu à conclusão de que se tratava de um alfabeto especial que somente depois de meticuloso e genial estudo foi possível decifrá-lo. Por causa da forma da escrita, são chamados hoje de caracteres cuneiformes.

Importante papel nessa tarefa de decifração teve George Smith, na Inglaterra. Smith trabalhava perto do Museu Britânico e costumava passar sua hora de almoço passeando pelo museu. Ele era um ávido leitor da história da antiga Mesopotâmia, em especial da Assíria, e logo fez amizade com o diretor do museu, o qual ficou impressionado com o conhecimento que ele tinha sobre arqueologia, mesmo não sendo formado. Sua inteligência e fascínio pelo tema fizeram com que o diretor lhe oferecesse uma oportunidade de trabalhar no museu, catalogando as tabuinhas cuneiformes. Smith aceitou o emprego sem pensar duas vezes. Era tudo o que ele queria fazer!

A primeira tarefa de Smith foi juntar pedaços quebrados de cerca de 25 mil tabuletas cuneiformes que foram desenterradas na antiga cidade de Nínive, datadas do século 6 a.C. Na verdade, era o mesmo que juntar um grande quebra-cabeça, pois sendo as tabuinhas feitas de argila cozida, frequentemente elas quebravam ao serem retiradas durante as escavações. Para executar um trabalho dessa magnitude teria que ser alguém que realmente amasse tal serviço. Felizmente, o Museu Britânico havia encontrado a pessoa certa para a função!


George Smith

George Smith passou os dez anos seguintes de sua vida catalogando e traduzindo essas tabuinhas cuneiformes. Foi ele quem descobriu, em 1872, que o relato bíblico do Dilúvio também estava presente na literatura mesopotâmica, na obra chamada de Épico de Gilgamesh. Ao descobrir essa tabuinha, ele percebeu que um pedaço dela não estava no museu. Por isso, ele recebeu um financiamento para participar de uma expedição arqueológica na Mesopotâmia. O pedaço que faltava foi encontrado em 1876.


montando o quebra-cabeça

Entre os documentos aritméticos descobertos nas tabuletas cuneiformes, um destes contém a "tábua dos quadrados" dos primeiros sessenta números naturais e o outro, a "tábua dos cubos", dos primeiros trinta números. Outras tábuas, posteriormente decifradas, contém a soma dos quadrados e dos cubos dos referidos números.

Os babilônios sabiam resolver problemas de multiplicação sem utilizarem o ábaco, pois empregavam a tábua dos quadrados e o seguinte princípio: "O produto de dois números é sempre igual ao quadrado da sua semi-soma, menos o quadrado de sua semidiferença".

Por exemplo, a multiplicação 15 x 7, de acordo com a regra acima, será obtida da seguinte maneira:

 

Sendo construtores famosos e astrônomos célebres, não é de admirar que os babilônios já tivessem uma cultura matemática, e bastante evoluída. Certamente, eles contribuíram para a evolução do conhecimento científico da humanidade, ao darem esses primeiros e importantes passos em uma ciência que sempre fará parte de nossa vida.

Fontes consultadas:

1 - Vídeo "Segredos Milenares da Bíblia" (1994), Group Productions.

2 - Enciclopédia Britânica (2003), verbete "George Smith".

Crédito das imagens:

Vídeo "Segredos Milenares da Bíblia" (1994), Group Productions.

 

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